sábado, 24 de setembro de 2011

Dadá Bordando O Cangaço

Dadá e Corisco



A escritora Lia Zatz e a Editora Callis presenteia os arte educadores com esta obra de grande valor para nossa prática pedagógica.

Descrição da obra:
Lia Zatz nos conta a história de Dadá,companheira do cangaceiro Corisco e integrante do bando de Lampião, a única mulher a pegar em armano bando,a autora apresenta a personagem não só como mulher, mas como mãe, avó e bordadeira de sua própria história. Trechos de Guimarães Rosa e da literatura de cordel ilustram a narrativa, tornando-a ainda mais interessante.

Possibilidades e desdobramentos :

1. Conhecer alguns livros de cordel que contêm a história do cangaço no Brasil.
2. Realizar um trabalho de xilogravura que ilustre este momento da história.
3. Identificar em que momentos do livro a autora aborda o tema sobre a violência nos dias de hoje.
4. Elaborar um texto sobre a situação atual do sertão nordestino, utilizando como tema gerador a citação de Guimarães Rosa: “Sertão. O senhor sabe: sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus mesmo, quando vier, que venha armado.”

Áreas do Conhecimento: Língua Portuguesa / Artes / História
Temas Transversais: Ética e Cidadania / Pluralidade Cultural

Sobre o livro estrelas de couro : a estética do cangaço





ESTRELAS DE COURO - A ESTÉTICA DO CANGAÇO

Autoridade no tema Cangaço - expressão do irredentismo popular brasileiro -, o historiador Frederico Pernambucano de Mello nos apresenta o livro Estrelas de couro: a estética do cangaço (Escrituras Editora), com prefácio de Ariano Suassuna.

Pernambucano, chamado por Gilberto Freyre de “mestre de mestres em assuntos de cangaço”, mergulha no universo desconhecido de sua cultura material, promovendo a leitura profunda do requinte e dos significados presentes nas poucas peças autênticas de uso dos cangaceiros, a exemplo do signo-de-salomão, da cruz-de-malta, da flor-de-lis, do oito contínuo deitado, das gregas, de variações sublimadas da flora local, e das tantas combinações possíveis de que se valia o cangaceiro na construção de um traje que atendia à vaidade ornamental de seu brado guerreiro e a anseios bem compreensíveis de proteção mística.

Resultado de estudo profundo a que se dedicou Pernambucano desde 1997, a obra é um ensaio interdisciplinar, um livro de arte com mais de 300 fotos históricas, que contou com a colaboração da Aba-Film (Fortaleza-CE), Fundação Joaquim Nabuco (Recife-PE), Instituto da Memória (Aracaju-SE), Instituto Cândido Portinari (Brodowski-SP), Instituto Ricardo Brennand (Recife-PE), Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (Maceió-AL), Museu Estácio de Lima / Instituto Nina Rodrigues (Salvador-BA), Museu da República (Rio de Janeiro-RJ) e do autor, que possui o maior acervo de peças de uso pessoal dos cangaceiros, com cerca de 160 objetos, que teve lugar de destaque na Mostra do Redescobrimento - Brasil 500 Anos (2000, São Paulo).

O livro é a primeira produção de história íntima sobre o fenômeno de insurgência social de maior apelo popular do Brasil. Sem perda do caráter epidérmico de banditismo, Pernambucano nos mostra uma tradição brasileira de insurgência recorrente, irmã do levante indígena, do quilombo e da revolta social. E conclui que nos veio do fenômeno a própria marca visual da região Nordeste: não mais que uma estilização da meia-lua com estrela do arrebitado da aba do chapéu de couro dos velhos capitães de cangaço.

“Habitando um meio cinzento e pobre”, conclui Pernambucano, “o cangaceiro vestiu-se de cor e riqueza. Satisfez seu anseio de arte, dando vazão aos motivos profundos do arcaico brasileiro. E viveu sem lei nem rei quase em nossos dias, deitando uma ponte sobre cinco séculos de história. Foi o último a fazê-lo com tanto orgulho. Com tanta cor. Com tanta festa”.

O Cangaço e suas possibilidades estéticas para inovar as aulas de arte



A estética do Cangaço é uma fonte de inspiração inesgotável,que pode ser retroalimentada através da percepção de meios que nos permitem viajar no tempo e no espaço, vamos tirar proveito da novela "Cordel Encantado "(2011) e do filme "Lampião O Rei do Cangaço" (1964), certamente estas obras podem funcionar como um bom estímulo para desdobramentos em nossa disciplina , possibilitando diálogos interdisciplinares.
Vale ressaltar que Virgulino Ferreira, o Lampião, entrou para a história do Brasil como o rei do cangaço: um homem forte e violento. Mas o novo livro do historiador Frederico Pernambucano de Melo, intitulado "Estrelas de Couro: a Estética do Cangaço", revela um lado pouco conhecido de lampião. O cangaceiro gostava de bordar e de fazer tricô.Outra obra que pode contribuir para enriquecimento do trabalho com esse tema.Bons desdobramentos !!!

VISITE A EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL :BENIN ESTÁ VIVO AINDA LÁ - ANCESTRALIDADE E CONTEMPORANEIDADE