segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A Poética de Paula Sanz Caballero:agulha, linha, tecido e muito humor



A Arte têxtil da designer espanhola Paula Sanz Caballero, que usando agulha , linha e tecidos cria personagens cheio de glamour, estilosos que geralmente ironizam o mundo fashion. Ela aplica em retalhos de tecidos e borda cada cena, depois fotografa, sempre com um toque de bom-humor e criatividade.
Paula Sanz Caballero é formada em Belas Artes, depois decidiu passar o traço bem-treinado para o tecido e criou uma linguagem única e tão inusitada que ganhou de imediato espaço de destaque nas galerias de arte da Europa e dos EUA.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Rosana Paulino e sua poética


Sempre pensei em arte como um sistema que devesse ser sincero. Para mim, a arte deve servir às necessidades profundas de quem a produz, senão corre o risco de tornar-se superficial. O artista deve sempre trabalhar com as coisas que o tocam profundamente. Se lhe toca o azul, trabalhe, pois, com o azul. Se lhe tocam os problemas relacionados com a sua condição no mundo, trabalhe então com esses problemas.No meu caso, tocaram-me sempre as questões referentes à minha condição de mulher e negra. Olhar no espelho e me localizar em um mundo que muitas vezes se mostra preconceituoso e hostil é um desafio diário. Aceitar as regras impostas por um padrão de beleza ou de comportamento que traz muito de preconceito, velado ou não, ou discutir esses padrões, eis a questão.Dentro desse pensar, faz parte do meu fazer artístico apropriar-me de objetos do cotidiano ou elementos pouco valorizados para produzir meus trabalhos. Objetos banais, sem importância. Utilizar-me de objetos do domínio quase exclusivo das mulheres. Utilizar-me de tecidos e linhas. Linhas que modificam o sentido, costurando novos significados, transformando um objeto banal, ridículo, alterando-o, tornando-o um elemento de violência, de repressão. O fio que torce, puxa, modifica o formato do rosto, produzindo bocas que não gritam, dando nós na garganta. Olhos costurado, fechados para o mundo e, principalmente, para sua condição no mundo.Apropriar-me do que é recusado e malvisto. Cabelos. Cabelo “ruim”, “pixaim”, “duro”. Cabelo que dá nó. Cabelos longe da maciez da seda, longe do brilho dos comerciais de shampoo. Cabelos de negra. Cabelos vistos aqui como elementos classificatórios, que distinguem entre o bom e o ruim, o bonito e o feio.Pensar em minha condição no mundo por intermédio de meu trabalho. Pensar sobre as questões de ser mulher, sobre as questões da minha origem, gravadas na cor da minha pele, na forma dos meus cabelos. Gritar, mesmo que por outras bocas estampadas no tecido ou outros nomes na parede. Este tem sido meu fazer, meu desafio, minha busca.Rosana Paulino, 1997

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Anita Malfatti vida e obra



Filha do engenheiro italiano Samuel Malfatti e de Betty Krug, americana, mas de família alemã, foi a primeira artista brasileira a aderir ao modernismo, tendo sido uma das expositoras da mostra, realizada no Teatro Municipal de São Paulo, que fazia parte da Semana de Arte Moderna de 1922.
Segunda filha do casal, nasceu com atrofia no braço direito. Aos três anos de idade foi levada pelos pais a Lucca, na Itália, na esperança de corrigir o defeito congênito. Os resultados do tratamento médico não foram animadores e Anita teve que carregar essa deficiência pelo resto da vida. Voltando ao Brasil, teve a sua disposição Miss Browne, uma governanta inglesa, que a ajudou no desenvolvimento do uso da mão esquerda e no aprendizado da arte e da escrita.
Iniciou seus estudos em 1897 no Colégio São José de freiras católicas, situado à rua da Glória. Aí foi alfabetizada. Posteriormente passa a estudar na Escola Americana e em seguida no Mackenzie College onde, em 1906, recebe o diploma de normalista.
Surge a pintora
Nesse meio tempo faleceu Samuel Malfatti, esteio moral e financeiro da família. Sem recursos para o sustento dos filhos, D. Betty passa a dar aulas particulares de idiomas e também de desenho e pintura. Chegou a submeter-se à orientação do pintor Carlo de Servi para com mais segurança ensinar suas discípulas. Anita acompanhava as aulas e nelas tomava parte. Foi portanto sua própria mãe quem lhe ensinou os rudimentos das artes plásticas.
"Eu tinha 13 anos, e sofria porque não sabia que rumo tomar na vida. Nada ainda me revelara o fundo da minha sensibilidade[...]Resolvi, então, me submeter a uma estranha experiência: sofrer a sensação absorvente da morte. Achava que uma forte emoção, que me aproximasse violentamente do perigo, me daria a decifração definitiva da minha personalidade. E veja o que fiz. Nossa casa ficava próxima da educada estação da Barra Funda. Um dia saí de casa, amarrei fortemente as minhas tranças de menina, deitei-me debaixo dos dormentes e esperei o trem passar por cima de mim. Foi uma coisa horrível, indescritível. O barulho ensurdecedor, a deslocação de ar, a temperatura asfixiante deram-me uma impressão de delírio e de loucura. E eu via cores, cores e cores riscando o espaço, cores que eu desejaria fixar para sempre na retina assombrada. Foi a revelação: voltei decidida a me dedicar à pintura."Anita Malfatti.

Anita Catarina Malfatti (São Paulo, 2 de dezembro de 1889 – São Paulo, 6 de novembro de 1964), pintora, desenhista, gravadora, ilustradora e professora. O início de sua instrução artistísca e cultural foi iniciada por sua mãe, a americana Betty Malfatti, professora de pintura e línguas. Por causa de uma atrofia no braço e na mão direita, Anita transformou-se em canhota, utilizando a mão esquerda para pintar.Em São Paulo, estudou no Mackenzie; na Alemanha, estudou na Academia Real de Belas Artes de Berlim. Em Nova York, teve aulas de pintura, desenho e gravura com diversos artistas na Arts Students League of New York, na Independent School of Art e trabalhava fazendo ilustrações para as revistas Vanity Fair e Vogue.Passou a ser conhecida após uma de suas exposições (organizada por Di Cavalcanti), quando o escritor Monteiro Lobato fez uma crítica destrutiva da artista que quase acabou com sua fabulosa carreira. Após essa época, alterou sua temática, produzindo, naturezas-mortas, retratos, paisagens e cenas populares. No fim da década de 10, em São Paulo, estudou pintura no ateliê do artista plástico Pedro Alexandrino, onde conheceu Tarsila do Amaral. Lecionou desenho na Escola Americana, na Universidade Mackenzie, na Associação Cívica Feminina e em seu próprio ateliê (este frequentado por inúmeros artistas).Ganhou pelo Pensionato Artístico do Estado de São Paulo uma bolsa de estudos em Paris.Fundou com Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Pichia o Grupo dos Cinco, em 1922, e participou da Semana de Arte Moderna. Anos mais tarde, integrou na Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM), na Família Artística Paulista (FAP) e participou do Salão Revolucionário.Em 1942, foi presidente do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Sua primeira retrospectiva aconteceu no Museu de Arte de São Paulo, em 1949. Expôs também no 1º Salão Paulista de Arte Moderna e na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.Após a morte de sua mãe, Anita se afastou do meio artístico por algum tempo, no entanto, quando regressou oficialmente em uma exposição individual de 1955, a artista apresentou suas obras produzidas nesse período de reclusão. Seu novo tema, era exclusivamente a arte popular brasileira, opção esta, considerada por ela e por diversos profissionais sua melhor e mais pura fase.

Di Cavalcanti : o pintor nacionalista


Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, mais conhecido como Di Cavalcanti (Rio de Janeiro, 6 de setembro de 1897 — Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1976) foi um pintor, ilustrador e caricaturista brasileiro.
Emiliano Di Cavalcanti nasceu em 1897, no Rio de Janeiro, na casa de José do Patrocínio, que era casado com uma tia do futuro pintor. Quando seu pai morre em 1914, Di obriga-se a trabalhar e faz ilustrações para a REVISTA FON FON. Antes que os trepidantes anos 20 se inaugurem, encontrá-lo estudando na Faculdade de Direito. Em 1917 transferindo-se para São Paulo ingressa na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Segue fazendo ilustrações e começa a pintar. O jovem Di Cavalcanti freqüenta o atelier do impressionista George Elpons e torna-se amigo de Mário e Oswald de Andrade. Em 1921 casa-se com Maria, filha de um primo-irmão de seu pai. Entre 11 e 18 de fevereiro de 1922 idealiza e organiza a Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo, cria para essa ocasião as peças promocionais do evento: catálogo e programa. Faz sua primeira viagem à Europa em 1923, permanecendo em Paris até 1925. Freqüenta a Academia Ranson. Expõe em diversas cidades: Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdan e Paris. Conhece Picasso, Léger, Matisse, Eric Satie, Jean Cocteau e outros intelectuais franceses. Retorna ao Brasil em 1926 e ingressa no Partido Comunista. Segue fazendo ilustrações. Faz nova viagem a Paris e cria os painéis de decoração do Teatro João Caetano no Rio de Janeiro. Os anos 30 encontram um Di Cavalcanti imerso em dúvidas quanto a sua liberdade como homem, artista e dogmas partidários. Inicia suas participações em exposições coletivas, salões nacionais e internacionais como a International Art Center em Nova Iorque. Em 1932, funda em São Paulo, com Flávio de Carvalho, Antonio Gomide e Carlos Prado, o Clube dos Artistas Modernos. Sofre sua primeira prisão em 1932 durante a Revolução Paulista. Casa-se com a pintora Noêmia Mourão. Publica o álbum A Realidade Brasileira, série de doze desenhos satirizando o militarismo da época. Em Paris, em 1938, trabalha na rádio Diffusion Française nas emissões Paris Mondial. Viaja ao Recife e Lisboa onde expõe no salão “O Século” quando retorna é preso novamente no Rio de Janeiro. Em 1936 esconde-se na Ilha de Paquetá e é preso com Noêmia. Libertado por amigos, seguem para Paris, lá permanecendo até 1940. Em 1937 recebe medalha de ouro com a decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira, na Exposição de Arte Técnica, em Paris.
Com a iminência da Segunda Guerra deixa Paris. Retorna ao Brasil, fixando-se em São Paulo. Um lote de mais de quarenta obras despachadas da Europa não chegam ao destino, extraviam-se. Passa a combater abertamente o abstracionismo através de conferências e artigos. Viaja para o Uruguai e Argentina, expondo em Buenos Aires. Conhece Zuília, que se torna uma de suas modelos preferidas. Em 1946 retorna à Paris em busca dos quadros desaparecidos, nesse mesmo ano expõe no Rio de Janeiro, na Associação Brasileira de Imprensa. Ilustra livros de Vinícius de Morais, Álvares de Azevedo e Jorge Amado. Em 1947 entra em crise com Noêmia Mourão - "uma personalidade que se basta, uma artista, e de temperamento muito complicado...". Participa com Anita Malfatti e Lasar Segall do júri de premiação de pintura do Grupo dos 19. Segue criticando o abstracionismo. Expõe na Cidade do México em 1949.
É convidado e participa da I Bienal de São Paulo, 1951. Faz uma doação generosa ao Museu de Arte Moderna de São Paulo, constituída de mais de quinhentos desenhos. Beryl passa a ser sua companheira. Nega-se a participar da Bienal de Veneza. Recebe a láurea de melhor pintor nacional na II Bienal de São Paulo, prêmio dividido com Alfredo Volpi. Em 1954 o MAM, Rio de Janeiro, realiza exposição retrospectivas de seus trabalhos. Faz novas exposições na Bacia do Prata, retornando à Montevidéu e Buenos Aires. Publica Viagem de minha vida. 1956 é o ano de sua participação na Bienal de Veneza e recebe o I Prêmio da Mostra Internacional de Arte Sacra de Trieste. Adota Elizabeth, filha de Beryl. Seus trabalhos fazem parte de exposição itinerante por países europeus. Recebe proposta de Oscar Niemeyer para a criação de imagens para tapeçaria a ser instalada no Palácio da Alvorada também pinta as estações para a Via-sacra da catedral de Brasília.
Década de 60
Ganha Sala Especial na Bienal Interamericana do México, recebendo Medalha de Ouro. Torna-se artista exclusivo da Petite Galerie, Rio de Janeiro. Viagem a Paris e Moscou. Participa da Exposição de Maio, em Paris, com a tela Tempestade. Participa com Sala Especial na VII Bienal de São Paulo. Recebe indicação do presidente João Goulart para ser adido cultural na França, embarca para Paris e não assume por causa do golpe de 1964. Vive em Paris com Ivete Bahia Rocha, apelidada de Divina. Lança novo livro, Reminiscências líricas de um perfeito carioca e desenha jóias para Lucien Joaillier. Em 1966 seus trabalhos desaparecidos no início da deácada de 40 são localizados nos porões da Embaixada brasileira. Candidata-se a uma vaga na Academia Brasileira de Letras, mas não se elege. Seu cinquentenário artístico é comemorado.
Década de 70
A modelo Marina Montim é a musa da década. Em 1971 o Museu de Arte Moderna de São Paulo organiza retrospectiva de sua obra e recebe prêmio da Associação Brasileira dos Críticos de Arte. Comemora seus 75 anos no Rio de Janeiro, em seu apartamento do Catete. A Universidade Federal da Bahia outorga-lhe o título de Doutor Honoris Causa. Faz exposição de obras recentes na Bolsa de Arte e sua pintura Cinco Moças de Guaratinguetá é reproduzida em selo. Falece no Rio de Janeiro em 26 de Outubro de 1976.

sábado, 7 de novembro de 2009

Arthur Bispo do Rosário e sua obra única


Arthur Bispo do Rosário nasceu em Japaratuba, Sergipe. A data é controversa e pode ter sido em 1911 (conforme registros da Ligth, onde trabalhou por quatro anos) ou em 1909 (segundo a Marinha de Guerra do Brasil, a qual se dedicou entre 1925 e 1933). Durante o período de internamento impregnou em sua obra a tradição dos bordados feitos pelos homens na terra natal. Eles bordavam as vestes e os arranjos dos santos das festas religiosas.
Talvez tenha sido esta a motivação original para o artista bordar mantos, fichários de nomes e até um carrossel francês antigo, além de outras peças do vestuário. Vivendo pela arte e para a arte, o artista também fez esculturas e instalações.
O período em que atuou na Ligth, empresa de energia elétrica de São Paulo e Rio, e na Marinha brasileira também lhe serviram de inspiração para a construção de sua vasta obra. Desenhos de navios, funções exercidas na Marinha e lugares por onde passou são referências sempre constantes nas obras. Fascínio especial, uma quase obsessão, ele tinha pelos nomes das pessoas que conheceu ou conviveu. Esses nomes aparecem meticulosamente organizados e repetidos em algumas peças bordadas.
Considerado um representante do início da Arte Contemporânea, Bispo do Rosário começou a fazer arte antes de ser internado. Há um desenho dele da década de 30, um estudo de objeto para a construção de um veleiro.No hospital psiquiátrico, ele encontrava parte da matéria-prima que utilizou no lixo. A compra e a troca de objetos também lhe serviram de meios para conseguir os materiais. Antes de ser descoberto como artista, Bispo do Rosário pacientemente desfiava uniformes e lençóis para obter os fios de seus bordados. Por ter sido lutador de boxe, permaneceu longo período em cela forte. Depois de ter conquistado o respeito de funcionários e colegas, passou a ser o Xerife, ao ganhar a responsabilidade de cuidar de outros pacientes.
Bispo do Rosário faleceu no hospital psiquiátrico em 1989, após quase 50 anos de recolhimento. Os últimos 25 anos de vida foram sem nenhuma saída do hospital, em isolamento, "à margem dos caminhos da sociedade, do mundo da arte, do progresso tecnológico", lembra o curador. Há 802 obras assinadas por ele no acervo do Museu Bispo do Rosário. A coleção de Arthur Bispo do Rosário foi tombada em 1992.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Kato, Gisele. O artista redentor. São Paulo, Revista Bravo!, 2003.
Lázaro, Wilson. (org.) "Arthur Bispo do Rosário - Século XX" Cosac Naify.
Silva,Jorge Anthonio. Arthur Bispo do Rosário - Arte e Loucura
Hidalgo,Luciana. Arthur Bispo do Rosário O Senhor do Labirinto Ed Rocco
Burrowes,Patricia O Universo Segundo Arthur Bispo do Rosário
DIVERSOS.A Vida ao Rés-do-Chão.Artes de Arthur Bispo do Rosário Ed Sete Letras

Leonilson : um artista autobiográfico



José Leonilson Bezerra Dias (Fortaleza, 1957— São Paulo, 1993) foi um pintor, desenhista e escultor brasileiro.
Em 1961 mudou-se com a família para São Paulo. Entre 1977 e 1980 cursou educação artística na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), onde foi aluno de Julio Plaza (1938-2003), Nelson Leirner (1932) e Regina Silveira (1939).
Teve aulas de aquarela com Dudi Maia Rosa (1946) na Escola de Artes Aster, que freqüentou de 1978 a 1981. Nesse último ano, em Madri, realizou sua primeira exposição individual e viajou para outras cidades da Europa. Em Milão teve contato com Antônio Dias (1944), que o apresentou ao crítico de arte ligado à transvanguarda italiana Achille Bonito Oliva (1939).
A obra de Leonilson é predominantemente autobiográfica e está concentrada nos últimos dez anos de sua vida. Segundo a crítica Lisette Lagnado, cada peça realizada pelo artista é construída como uma carta para um diário íntimo. Em 1989, começou a fazer uso de costuras e bordados, que passaram a ser recorrentes em sua produção. Em 1991, descobriu ser portador do vírus da Aids, e a condição de doente repercutiu de forma dominante em sua obra.
Seu último trabalho, uma instalação concebida para a Capela do Morumbi, em São Paulo, em 1993, tem um sentido espiritual e alude à fragilidade da vida. Por essa mostra e por outra individual realizada no mesmo ano, recebeu, em 1994, homenagem póstuma e prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
No mesmo ano de sua morte, familiares e amigos fundam o Projeto Leonilson www.projetoleonilson.com.br/ , com o objetivo de organizar os arquivos do artista e de pesquisar, catalogar e divulgar suas obras.


CRONOBIOGRAFIA


José Leonilson Bezerra Dias nasce em Fortaleza, Ceará, no dia 1º de março de 1957.

Em 1961, Leonilson muda-se com a família para São Paulo.

Ingressa no curso de Licenciatura em Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) em 1977, freqüentando as aulas dos artistas Nelson Leirner, Júlio Plaza e Regina Silveira. Nesta época, divide atelier com o artista Luiz Zerbini. Em 1979, participa da sua primeira exposição coletiva "Desenho Jovem", no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. O curso da FAAP é abandonado em 1980 e, ano em que ele participa da mostra "Panorama da Arte Atual Brasileira/Desenho e Gravura", no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Sua primeira viagem ao exterior acontece em 1981. Em Madrid, Leonilson realiza sua primeira exposição individual na Galeria Casa do Brasil. Visita diversas cidades européias. Participa da exposição "Giovane Arte Internazionale", Galleria Giuli, em Lecce. Em 1982 volta à Europa e viaja pela Itália, Alemanha e Portugal. Expõe individualmente na Galeria Pellegrino, em Bolonha. Realiza duas exposições individuais em 1983, em São Paulo, na Galeria Luisa Strina e no Rio, na Galeria Thomas Cohn. Conhece Leda Catunda. Viaja para Paris em 1985 para participar da "XIII Nouvelle Bienale" e visita Milão e Bologna. Viaja para Buenos Aires para participar da exposição "Nueva Pintura Brasileña", no Centro de Arte y Comunicación, e conhece Daniel Senise. Participa da "XVIII Bienal Internacional de São Paulo"e conhece o artista alemão Albert Hien. Ainda neste ano realiza exposições individuais na Galeria Luisa Strina, Thomas Cohn Arte Contemporânea e no Espaço Capital em Brasília.
Leonilson e Albert Hien, na Alemanha, 1986.Viaja para Europa em 1986 e expõe na Galerie Walter Storms com Albert Hien em Munique. Recebe o convite para hospedar-se na "Villa Waldberta" de 1º de maio a 15 de junho de 1987. Participa das exposições coletivas "A Nova Dimensão do Objeto", no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, e "Transvanguarda e Culturas Nacionais", no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Em 1987, viaja para Europa, e, pela primeira vez, vai para Nova York. Expõe nas individuais "O Pescador de Palavras" na Galeria Luisa Strina, "Moving Mountains", no Kunstforum, Munique, e na Galeria Usina Arte Contemporânea em Vitória, Espírito Santo. Participa de várias exposições coletivas, como "Modernidade", no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris, e no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em 1988, expõe individualmente na Galeria Thomas Cohn Arte Contemporânea "O Inconformado". Vai para Nova York, Paris, Berlim e Amsterdã e participa de várias mostras coletivas: "Albert Hien/Leonilson" e "Seven Artists on Invitation", na Pulitzer Art Gallery, em Amsterdã; "Brasil Já", no Museum Morsbroich, em Leverkusen, na Galerie Landesgirokasse, em Stuttgart, e no Sprengel Museum, em Hanover. Em 1989 viaja para a Europa e Nova York. Neste ano, o Ministério da Cultura da França encomenda uma gravura comemorativa dos 200 anos da Revolução Francesa para vários artistas, entre eles Leonilson. Exposição individual "Leonilson" na Galeria Luisa Strina; "Nada Hás a Temer", na Gesto Gráfico, em Belo Horizonte; e os "Bombeiros Não São Corruptos", na Espaço Capital. Participa da exposição "Panorama da Arte Atual Brasileira/Pintura, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em 1990, vai a Londres (duas vezes), Nova York, Paris, Veneza e Amsterdã. Começa a gravar fitas, registrando idéias, tendo em vista o projeto de um livro que será realizado por seu amigo Ricardo Ferreira conforme era seu desejo. Exposição individual na Pulitzer Art Gallery. Recebe o Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no Salão Nacional. Em março de 1991 inicia as ilustrações da coluna semanal de Barbara Gancia no jornal Folha de S. Paulo, até maio de 1993. Viaja para Nova York, Los Angeles e Chicago. Em agosto, um teste revela que Leonilson é soropositivo ao vírus HIV. Participa das exposições "Viva Brasil Viva", no Liljevalchs Konsthall, em Estocolmo, e "Brasil: la Nueva Generacion", na Fundación Museo Bellas Artes, em Caracas. Em 1992 organiza a exposição "Um Olhar sobre o Figurativo" para a Galeria Casa Triângulo, em São Paulo. Viaja para Amsterdã, Munique, Paris e Nova York. Participa das exposições coletivas "X Mostra de Gravura Cidade de Curitiba/Mostra América", no Museu de Gravura da Cidade de Curitiba e "Pintura Brasil Década 80", organizada pela Itaú Galeria, e realiza a série de 7 desenhos intitulada "O Perigoso". Em 1993, expõe em individuais na Galeria São Paulo e Thomas Cohn Arte Contemporânea. Participa da exposição coletiva itinerante "Cartographies", na Winnipeg Art Gallery, Winnipeg. Leonilson cria seu último projeto, uma instalação na Capela do Morumbi, São Paulo, mas não chega a vê-lo realizado. Em 28 de maio, falece em São Paulo.

VISITE A EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL :BENIN ESTÁ VIVO AINDA LÁ - ANCESTRALIDADE E CONTEMPORANEIDADE